quinta-feira, 3 de setembro de 2009

REDE

Este tutorial é um "resumo da ópera", contendo explicações sobre o funcionamento e configuração das redes e também sobre o protocolo TCP/IP, abrangendo tanto o IPV4, quanto o IPV6. Se você não sabe explicar a diferença entre o nível 2 e 3 do modelo OSI, não sabe diferenciar um frame Ethernet de um pacote TCP/IP, ou não consegue imaginar um uso para uma máscara como 255.255.255.248, esta é uma leitura obrigatória.. :)
Carlos E. Morimoto
08/01/2009



Podemos dizer que a função de qualquer rede é simplesmente transportar informações de um ponto a outro. Pode ser entre dois micros ligados através de um simples cabo cross-over, ou pode ser entre dois servidores situados em dois continentes diferentes. Do ponto de vista do sistema operacional e dos aplicativos, não faz muita diferença.

No nível mais baixo, temos os cabos de rede, que são enquadrados no primeiro nível do modelo OSI (camada física) e se destinam unicamente a transportar os impulsos elétricos de um micro a outro. Ao utilizar uma rede wireless ou cabos de fibra óptica, os sinais são transmitidos (respectivamente) na forma de sinais de rádio ou luz, mas a função básica (transportar dados de um ponto a outro) continua a mesma, independentemente da mídia utilizada.












Existem basicamente 3 tipos diferentes de cabos de rede: os cabos de par trançado (que são, de longe, os mais comuns), os cabos de fibra óptica (usados principalmente em links de longa distância) e os cabos coaxiais, que são usados em cabos de antenas para redes wireless e em algumas redes antigas.

Entre os cabos de par trançado, existem cabos de cat 1 até cat 7. Como os cabos cat 5 são suficientes tanto para redes de 100 quanto de 1000 megabits, eles são os mais comuns e mais baratos, mas os cabos cat 6 e cat 6a estão se popularizando e devem substituí-los ao longo dos próximos anos. Os cabos são vendidos originalmente em caixas de 300 metros, ou 1000 pés (que equivale a 304.8 metros):



No caso dos cabos cat 5e, cada caixa custa em torno de 200 reais aqui no Brasil, o que dá cerca 66 centavos o metro. Os cabos de categoria 6 e 6a ainda são mais caros, mas devem cair a um patamar de preço similar ao longo dos próximos anos.

Entre os cabos de fibra óptica, existem dois tipos: os cabos de fibra multimodo ou MMF (multimode fibre) e os monomodo ou SMF (singlemode fibre). As fibras monomodo possuem um núcleo muito mais fino, de 8 a 10 mícrons de diâmetro, enquanto as multimodo utilizam núcleos mais espessos, tipicamente com 62.5 microns.

As fibras multimodo são mais baratas e o núcleo mais espesso demanda uma precisão menor nas conexões, o que torna a instalação mais simples, mas, em compensação, a atenuação do sinal luminoso é muito maior.

Isso acontece porque o pequeno diâmetro do núcleo das fibras monomodo faz com que a luz se concentre em um único feixe, que percorre todo o cabo com um número relativamente pequeno de reflexões. O núcleo mais espesso das fibras multimodo, por sua vez, favorece a divisão do sinal em vários feixes separados, que ricocheteiam dentro do cabo em pontos diferentes, aumentando brutalmente a perda durante a transmissão, como você pode ver nos desenhos a seguir:



Para efeito de comparação, as fibras multimodo permitem um alcance de até 550 metros no Gigabit Ethernet e 300 metros no 10 Gigabit, enquanto as fibras monomodo podem atingir até 80 km no padrão 10 Gigabit. Esta brutal diferença faz com que as fibras multimodo sejam utilizadas apenas em conexões de curta distância, já que sairia muito mais caro usar cabos multimodo e repetidores do que usar um único cabo monomodo de um ponto ao outro.

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